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Sport Protótipo Brasil é lançada oficialmente com o Sigma G5 EVO

  • Foto do escritor: Bianca Emisa
    Bianca Emisa
  • 25 de jul.
  • 4 min de leitura

Nova categoria brasileira de protótipos terá carros monomarca, gestão unificada e estreia prevista para 2026 com estrutura profissional, foco em desempenho e custos operacionais reduzidos

Nova categoria Sport Protótipo é lançada em Interlagos (Foto: Yuri Rosa)
Nova categoria Sport Protótipo é lançada em Interlagos (Foto: Yuri Rosa)

No último final de semana, durante a quinta etapa do Campeonato Paulista de Automobilismo, foi apresentado oficialmente o carro da nova categoria brasileira de protótipos: a Sport Protótipo Brasil (SPBR). O lançamento marcou o início de uma nova fase para o automobilismo no país, com uma proposta que une tecnologia, segurança, desempenho e viabilidade financeira.


Desenvolvido pela fábrica nacional Sigma P1 Engenharia, o modelo Sigma P1 G5 EVO é resultado de anos de aprimoramento técnico. O carro deriva de um protótipo que já competiu em provas como o Gaúcho e as tradicionais 1000 Milhas de São Paulo. Agora, com ajustes e melhorias significativas, o G5 EVO foi reformulado para se tornar o protagonista da nova categoria monomarca brasileira.

Sigma G5 EVO: evolução brasileira nas pistas         (Foto: Yuri Rosa)
Sigma G5 EVO: evolução brasileira nas pistas (Foto: Yuri Rosa)

A apresentação ao público ocorreu antes das corridas da GT Series, no Autódromo de Interlagos, quando os pilotos Nicolas Costa e Aldo Piedade conduziram o protótipo em uma volta de exibição. Em seguida, o modelo ficou exposto no paddock, permitindo que equipes, pilotos e espectadores conhecessem os detalhes técnicos de perto, tirassem dúvidas com os engenheiros responsáveis e entendessem o conceito por trás do projeto.


Campeonato começa em 2026 com foco em estrutura e equilíbrio


A estreia da Sport Protótipo Brasil está prevista para 2026, com a proposta de integrar o calendário do Campeonato Paulista de Automobilismo, inicialmente nos autódromos de Interlagos e Velocittà. Segundo apurado pela reportagem, cada etapa deverá contar com até 15 carros, todos operados por uma única equipe técnica. Essa estrutura padronizada garante paridade no grid, reduz custos operacionais e permite que os pilotos concentrem seus esforços exclusivamente na pilotagem.


Custo competitivo e operação otimizada


De acordo com Pedro Fetter, cofundador da Sigma P1 Engenharia, os primeiros carros foram comercializados ainda em janeiro, durante as 1000 Milhas de São Paulo. Cada unidade está avaliada atualmente em 170 mil dólares, e a produção segue em andamento.


Segundo ele, mesmo com aparência de superesportivo, o G5 EVO é um carro de corrida real, desenvolvido para oferecer performance comparável a modelos GT3, mas com custos menores que os de um GT4. A estrutura técnica foi desenhada para permitir a operação de múltiplos carros por uma equipe reduzida, o que diminui significativamente os custos fixos por etapa. “Isso permite que o projeto seja financeiramente viável sem abrir mão de performance nem de segurança”, explica Fetter.


Inicialmente, não haverá opção de aluguel de carros, já que o campeonato começará com estrutura enxuta. No entanto, há expectativa de que algumas unidades possam entrar em ação ainda em 2025, como parte de testes em eventos preparatórios. A longo prazo, o modelo prevê a criação de carros-reserva, que poderão ser disponibilizados a fabricantes ou pilotos sob demanda, diretamente nos eventos.


Liberdade de setup e equilíbrio de performance


Em conversa com nossa equipe, o engenheiro destacou que os pilotos da nova categoria terão liberdade para realizar ajustes de setup, como já é comum em campeonatos de alto nível. "Os pilotos vão poder ajustar toda a parte de suspensão — ângulos de caster, camber e toe — além da barra de antirolamento (anti roll bar), que é um item importantíssimo para o comportamento dinâmico do carro", explicou.


Além dos ajustes mecânicos, a parte aerodinâmica também poderá ser configurada conforme a necessidade de cada pista. “Os pilotos terão liberdade para alterar o ângulo da asa traseira e das aletas dianteiras. Como esse modelo não conta com aerodinâmica ativa (asas móveis), essa flexibilidade é essencial para adaptar o carro de acordo com cada circuito", completou.

Detalhe da asa traseira do Sigma P1 (Foto: Yuri Rosa)
Detalhe da asa traseira do Sigma P1 (Foto: Yuri Rosa)

Questionado sobre a possível adoção do BOP (Balance of Performance), mecanismo comum em categorias como o FIA WEC e a Porsche Cup Brasil, o engenheiro afirmou que ainda não há definição oficial, mas a utilização do sistema é provável. “A organização ainda estuda o assunto, mas acredito que sim, teremos sim a presença dos lastros para equalização da performance. A ideia não é mexer na potência do motor, e sim aplicar pesos adicionais conforme altura, peso do carro e desempenho de cada piloto, como já acontece em outras categorias", finalizou Fetter.


Alta tecnologia e segurança como prioridade


O Sigma G5 EVO reúne características técnicas de destaque: motor V8 GM LT1 de 6.2L, 450 cavalos de potência, câmbio Sadev sequencial de seis marchas com paddle shift eletrônico, sistema eletrônico FuelTech FT700, ar-condicionado onboard, rodas Mangels e pneus Yokohama GT4.


O chassi tubular, fabricado em aço cromo-molibdênio e soldado com tecnologia TIG, foi desenvolvido segundo normas da FIA. O modelo incorpora célula de segurança FT3, painéis anti-intrusão, atenuadores de impacto em fibra de carbono e alumínio, e materiais internos com tratamento retardante a chamas. A posição central do piloto e o banco com inclinação de 52º aumentam a proteção em colisões, reduzindo a força vertebral sobre o corpo em caso de impacto.

Cockpit do Sigma P1 contará com sistema de ar-condicionado (Foto: Yuri Rosa)
Cockpit do Sigma P1 contará com sistema de ar-condicionado (Foto: Yuri Rosa)

Nova era com DNA nacional


Com estrutura monomarca e monogestão, a Sport Protótipo Brasil chega com a proposta de profissionalizar e democratizar o acesso ao automobilismo de alto nível no Brasil. O modelo de operação enxuta, os custos equalizados e o desempenho técnico do carro criam um ambiente competitivo e sustentável, tanto para pilotos quanto para organizadores.


A intenção é que, com o amadurecimento do projeto, a SPBR se torne uma referência no cenário nacional, estimulando a formação de novos talentos e reforçando o protagonismo da engenharia brasileira no automobilismo.

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