Carlos Sainz recorre aos bastidores da pré-temporada para virar a página na Williams
- Bianca Emisa
- 10 de abr.
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Atualizado: 2 de mai.
Espanhol admite que ainda não colocou um fim de semana completo na pista e aposta no acerto usado nos testes de pré-temporada como chave para evoluir em 2025

Por Bianca Emisa,
Depois de três etapas disputadas em 2025, Carlos Sainz ainda busca se sentir
completamente em casa com o carro da Williams. O espanhol, que trocou a Ferrari pela equipe de Grove nesta temporada, apresentou velocidade pontual em classificações na Austrália e em Suzuka, mas ainda não conseguiu montar um fim de semana redondo. Em entrevista coletiva no Bahrein, ele revelou que pretende usar como base o acerto do carro testado no mesmo circuito durante a pré-temporada para recuperar a confiança e a naturalidade ao volante.
"Nos testes aqui me senti muito confortável. Era um carro que eu não precisava pensar muito ao dirigir, tudo vinha mais naturalmente", explicou Sainz. "Depois, nas corridas, com as diferenças de asfalto e de equilíbrio nas curvas, como em Suzuka e na China, tive que quebrar a cabeça para entender como extrair tudo do carro."
A decisão de voltar às referências do Bahrein surgiu após um fim de semana abaixo do esperado na China. Sainz admite que o desempenho ruim foi consequência de vários fatores, mas o ponto de virada pode estar justamente em retomar os dados de fevereiro. Ao lado de seus engenheiros, o piloto trabalha para "engenheirar ao contrário" aquela sensação de controle e confiança que teve nos testes — um processo que exige paciência e análise detalhada.
"Obviamente todos esperam que eu esteja logo no ritmo, e isso é bom, mostra que esperam muito de mim. Mas eu mesmo, depois do teste aqui, sabia que ainda estava longe do nível que quero atingir com esse carro", afirmou o espanhol. "É um processo. São 24 corridas. Fizemos só três."
Sainz também reforçou que, mesmo com sua bagagem de experiência na Fórmula 1, o entrosamento com um carro novo leva tempo. A performance vai além da técnica de pilotagem: envolve sensações, adaptação às características do asfalto e equilíbrio do conjunto em diferentes pistas.
"Se você espera ver o melhor de mim na terceira corrida com um carro novo, então talvez não entenda muito bem o esporte", disse de forma direta, apontando para a complexidade do momento de transição.
Apesar da dificuldade em consolidar um bom resultado final, os sinais de competitividade estão presentes. Em duas das três etapas do campeonato, Sainz esteve no mesmo décimo de segundo de Alex Albon em sessões de classificação — o que mostra que a velocidade está ali, pronta para ser afinada.
"Preciso reduzir os erros e colocar tudo junto em cada etapa. Vai levar algumas corridas, mas estou tranquilo. Estou fazendo meu trabalho, e os resultados vão aparecer", concluiu.
Carlos Sainz volta à pista nesta sexta-feira, quando começam os treinos livres para o GP do Bahrein. A expectativa na Williams é de que o acerto resgatado dos testes ajude o piloto a reencontrar o equilíbrio e a fluidez que vinham faltando. No circuito onde tudo começou em 2025, o espanhol espera dar início a uma nova fase, mais instintiva.
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